terça-feira, 29 de maio de 2012

Altosur Malbec 2010

A Finca Sophenia foi fundada em 1997 por Roberto Luka, antigo diretor de operações de uma das maiores companhias exportadoras de vinhos da Argentina e ex-presidente da Wines of Argentina, e Gustavo Benvenuto. Encontra-se localizada aos pés da Cordilheira dos Andes, mais precisamente a 1.200 metros de altitude na excelente área de Tupungato, na conhecida região de Mendoza. O nome “Sophenia” é uma combinação dos nomes das filhas dos fundadores: Sophia e Eugenia. Atualmente são 130 hectares plantados com as cepas francesas Malbec, Cabernet Sauvignon, Merlot, Chardonnay e Sauvignon Blanc. 
FICHA TÉCNICA
Nome: Altosur
Vinícola: Finca Sophenia, Tupungato, Mendoza.
País: Argentina
Safra: 2010
Castas: Malbec
Graduação: 14%
Preço: Entre R$ 29,00 e R$ 35,00. Comprado a R$ 29,00(Clube do Vinho).
Onde Encontrar: Clube do Vinho(Net)(29,00), ViaVini(Net)(R$ 35,00), Elegance (Net)(R$ 35,00), Sommelier Vinhos(Net)(RS 35,00), Vinitude (Net)(R$ 35,00). OBS: Caso seja encontrado em um outro estabelecimento e queiram divulgar, peço que entrem em contato.
COMENTÁRIOS 
Rolha de cortiça tradicional, sem destaques, gravado o nome da vinícola. Cor vermelho rubi, com bom halo violáceo. Gotas finas, aderentes, que dão um bom colorido à taça. Aroma de frutas vermelhas, tipo cereja, além de notas de café e madeira. Na boca, taninos desenvolvidos, pouco acentuados, com bom equilíbrio entre acidez e álcool. Sabor de frutas maduras, com toque amadeirado. Retrogosto prolongado, pouco persistente, com bom final.
Minha Pontuação: 87 pontos
Custo/Benefício: Muito bom vinho, pecando um pouco na persistência tânica. Vale a experiência.
Preço Avaliado: R$ 28,00
Finca Sophenia
Finca Sophenia

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Miguel Torres Cordillera Special Edition Maule 2009

A Vinícola Miguel Torres foi fundada em 1870 por Jaime e Miguel Torres, sendo construída em frente a estação ferroviária em Vilafranca, Espanha. Em 1905, Jaime Torres Vendrell morre e a empresa de vinhos é deixada para Miguel. Com o passar dos anos a empresa foi sendo administrada por seus herdeiros. O primeiro vinho engarrafado aconteceu em 1946, com o nome Coroas.
Em 1979, Miguel Torres compra os primeiros 100 hectares de vinhedos no Chile. Foi a primeira vinícola a introduzir o uso de barricas em aço inoxidável e de carvalho francês para o envelhecimento de vinhos tintos.
Hoje, a vinícola é uma empresa familiar que compete em um mercado global e que tem como características a qualidade de seus vinhos, respeito ao meio ambiente e responsabilidade social.
FICHA TÉCNICA
Nome: Miguel Torres Cordillera Special Edition
Vinícola: Miguel Torres, Valle de Maule.
País: Chile
Safra: 2009
Castas: Cabernet Sauvignon(85%) e Merlot (15%)
Graduação: 14%
Preço: R$ 75,00. Comprado a R$ 50,00 (ClubWine).
Onde Encontrar: Wine(Net)(R$ 75,00). OBS: Caso seja encontrado em um outro estabelecimento e queiram divulgar, peço que entrem em contato.
COMENTÁRIOS 
Rolha de cortiça tradicional, bem elaborada, gravado o nome da vinícola e sua logomarca. Cor vermelho rubi, muito intenso, com ótimo halo violáceo. Lágrimas densas, aderentes, que dão um excelente colorido à taça. Aroma de frutas vermelhas, com notas de groselha e baunilha. Taninos desenvolvidos, maduros, aveludados, com bom equilíbrio entre acidez e álcool. Sabor de frutas maduras, com toque amadeirado. Retrogosto prolongado, com ótimo final.
Minha Pontuação: 92 pontos
Custo/Benefício: Excelente vinho. Vale o preço.
Preço Avaliado: R$ 55,00
Viña Miguel Torres

quinta-feira, 24 de maio de 2012

VINHO DE R$ 11,50 É ELEITO UM DOS MELHORES DO MUNDO NO REINO UNIDO


Um grupo de especialistas elegeu um vinho vendido em um supermercado popular por apenas 3,59 libras (cerca de R$ 11,50) como um dos melhores do mundo.

O vinho espanhol Toro Loco Tempranillo, de 2011, da marca do próprio supermercado, ganhou a medalha de prata em competição internacional no Reino Unido. Ele foi fabricado na região de Utiel-Requena, na província espanhola de Valencia.

Segundo a imprensa britânica, nos chamados ‘testes cegos’ a bebida superou outras que custam até dez vezes o valor.

A Competição Internacional de Vinhos e Destilados foi criada em 1969.


ESTUDO SUGERE QUE VINHO CARO É DESPERDÍCIO
De acordo com uma pesquisa feita na Escócia, os consumidores têm dificuldades de perceber diferenças no gosto de um vinho barato e de outro caro. O experimento foi realizado com mais de 400 pessoas que degustaram às escuras bebidas durante o Festival Internacional de Ciência e o acerto ficou na casa dos 50%.

"Os resultados são notáveis", afirmou o psicólogo da Universidade de Hertfordshire, Richard Wiseman. "Nestes tempos de dificuldade financeira a mensagem é clara: os vinhos baratos que nós testamos têm o mesmo sabor que seus semelhantes mais caros".

As bebidas mais em conta custavam menos do que 5 libras (R$ 12,85)*, enquanto que os que tinham preço mais elevado custavam entre 10 e 30 libras (R$ 25,70 e R$ 77,11)*. Os pesquisadores ofereceram vinhos tintos e brancos de vários países, incluindo Sauvignon, Blanc, La Rioja, Claret e Champagne.
Fonte: UOL, São Paulo, 24/05/2012

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Entre vinhos e queijos: por que essa combinação é tão perfeita?


Se existe uma verdade absoluta aceita no mundo do vinho, é que vinhos e queijos são uma combinação criada pelos Deuses. É também o clichê gastronômico mais famoso, que até mesmo quem não conhece ou gosta da bebida já ouviu falar inúmeras vezes. O interessante é que ninguém sabe dizer muito bem o motivo da harmonização ser tão boa assim. Será que tem, de fato, uma explicação científica através da composição do vinho e dos queijos que explique tal fama, ou será que o queijo tem apenas um Relações Públicas melhor do que, sei lá, a castanha?

Felizmente, existe sim uma razão técnica para esta tão requisitada harmonização, e o segredo está nos taninos. Esta é outra palavra que quem gosta de vinhos fala ou escuta bastante, mas poucos também sabem o que exatamente é o tanino.
Não vou entrar em detalhes sobre os tipos de taninos, suas composições, etc, pois não é o objetivo deste artigo transformar este momento numa aula de química. Entretanto, podemos dizer que taninos são um conjunto de compostos químicos no vinho que impactam quase em tudo na bebida, inclusive sua coloração e envelhecimento. O tanino é um composto natural da uva e é também adicionado ao vinho durante seu envelhecimento na barrica. É ele o responsável pela sensação amarga na língua ao tomar um gole da bebida. Quanto mais tânico é o vinho, mais predominante será a sensação.
Então, o que tudo isso tem a ver com queijo? Simples. Os taninos são “amaciados” por alimentos gordurosos e com alta concentração de proteína. Existe alguma coisa com mais gordura e proteína do que queijo? O queijo, quando combinado corretamente, suaviza a sensação de amargura do vinho causada pelos taninos.
Isso não quer dizer, entretanto, que qualquer queijo combina com qualquer vinho, pois ambos podem apresentar variedade e complexidade gigantescas. É também interessante notar que, assim como o vinho pode apresentar características específicas de seu “terroir”, fenômeno semelhante acontece no queijo. O leite fermentado usado para sua produção, seja ele de qual tipo for, tem particularidades diferentes dependendo de onde e como foi produzido. Talvez devessemos começar a chamar isso de 'pastoir'. O que acham?

Reforçando, não pense que a harmonização entre queijo e vinho é fácil. Não pretendo criar aqui um guia para tal, até porque, quando se trata de harmonização, todo mundo tem sua própria opinião e as regras nem sempre são muito bem definidas. Você encontra facilmente pela web vários especialistas dando suas dicas de quais queijos combinam com quais vinhos, então prefiro deixar tal responsabilidade para eles.
Como falei, a crescente variedade de ambos os produtos nos dá incontáveis possibilidades de combinação. Aliás, é até um mistério o motivo dessa parceria ser tão famosa, já que a dificuldade e chances de uma escolha desastrosa são altas.
Os queijos podem ser cremosos, duros, moles, frescos, curados, azuis, tipo suíço, mais suaves, além de uma série de outras particularidades. Combine isso com a quase infinita diversidade de vinhos, e a coisa complica bastante. Porém, se feita corretamente, a harmonização é certa de agradar até o paladar mais exigente. Afinal, não é a toa que existe um velho ditado na França que diz: 'Para vender vinho, sirva queijo'.

Fonte: WineTag, 23/05/12, por Vitor N.      

sábado, 19 de maio de 2012

Viña Mar Reserva Cabernet Sauvignon 2007

Viña Mar foi criada para desenvolver uma linha de vinhos excepcionais, dirigida aos mercados mais exigentes. Aspirando ser reconhecida pela complexidade e originalidade de seus produtos, Viña Mar se instala no Vale de Casablanca, lugar emblemático da vitivinicultura chilena e mundial. Ali rende com seu nome uma homenagem à principal virtude deste vale, sua benéfica proximidade do mar.
O estilo enológico de Viña Mar está orientado a potencializar ao máximo as vantagens que oferece o Vale de Casablanca. Aplicando procedimentos tanto da enologia moderna como da enologia tradicional a fim de que cada variedade seja o reflexo das características associadas a este vale. Viña Mar: vinhos excepcionais e uma experiência de turismo enológico inesquecível. 
FICHA TÉCNICA
Nome: Viña Mar Reserva 
Vinícola: Viña Mar, Vale de Maipo.
País: Chile
Safra: 2007
Castas: Cabernet Sauvignon (88%), Syrah(7%), Carmenère(5%).
Graduação: 14%
Preço: Entre R$ 29,90 e R$ 43,90. Comprado a R$ 36,00(Wine).
Onde Encontrar: Wine(Net), Empório Mercantil(Net)(R$ 35,00), Empório Net Drinks(R$ 43,90), Bullbev(Net)(R$ 29,90), Casa Santa Luzia(Net)(R$ 34,70), Shopfato(Net)(R$ 39,00), Wine Commerce(Net)(R$ 35,00). OBS: Caso seja encontrado em um outro estabelecimento e queiram divulgar, peço que entrem em contato.
COMENTÁRIOS 
Rolha de cortiça tradicional gravado o nome da vinícola. Cor vermelho rubi forte, com bom halo violáceo. Gotas densas, aderentes, que dão uma média coloração à taça. Aroma intenso de frutas vermelhas, com notas de cereja, especiarias e madeira. Taninos desenvolvidos, maduros, com um bom equilíbrio entre acidez e álcool. Sabor de frutas maduras, com toque amadeirado. Retrogosto prolongado, com bom final. 
Minha Pontuação: 88 pontos.
Custo/Benefício: Muito bom vinho, com ótimo custo-benefício. Grande oportunidade. 
Preço Avaliado: R$ 38,00.
Viña Mar
Viña Mar

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Arrocal Tempranillo 2009

Gumiel de Mercado, localizado em um enclave privilegiado da Ribera del Duero, sempre foi um povo com tradição vitivinícola. Sua estrutura é medieval e no centro da cidade há uma colina onde os nossos antepassados cavaram as caves subterrâneas para preservar os seus vinhos.
No ano 2004 nasceu a história da bodega Arrocal. Todo o processo produtivo é feita com a ajuda da gravidade, iniciado com um suave “desgranado” da uva, em caixas de colheita de 16 kg. A fermentação e maceração é devagar para extrair todo o potencial de cor e concentração das uvas, assim como uma bela expressão da fruta. O vinho é envelhecido em carvalho Frances e Americano o tempo necessário para garantir a estrutura adequada, mas sem perder a identidade do terroir da bodega Arrocal. 
FICHA TÉCNICA
Nome: Arrocal
Vinícola: Bodegas Arrocal, região de Arroal-Ribera del Duero.
País: Espanha
Safra: 2009
Castas: Tempranillo
Graduação: 14%
Preço: Entre R$ 55,00 e R$ 59,00. Comprado a R$ 46,40 (Wine, em promoção).
Onde Encontrar: Gran Cru(Net)(R$ 59,00), Vinhos Pontuados(Net)(R$ 59,00), Wine(Net)(R$ 58,00), VinhoCracia(Net)(R$ 55,00). OBS: Caso seja encontrado em um outro estabelecimento e queiram divulgar, peço que entrem em contato.
COMENTÁRIOS 
Rolha de cortiça tradicional, bem elaborada, gravado o nome da vinícola e sua logomarca. Cor vermelho rubi intenso forte, com bom halo violáceo. Gotas densas, aderentes, que dão um bom colorido à taça. Aroma frutado, com notas de cereja e ameixa, e destacadas de madeira. Taninos desenvolvidos, pouco acentuados, com bom equilíbrio entre acidez e álcool. Sabor de frutas maduras, com toque amadeirado. Retrogosto prolongado, pouco persistente, com bom final.
Minha Pontuação: 86 pontos
Custo/Benefício: Vinho na faixa de "muito bom", mas esperava mais devido ao preço. Taninos e madeira acentuados. Achei exagerada a pontuação de Robert Parker (90 pontos). Mais uma prova de que preço não é sinônimo de qualidade. Não vale o preço, muito menos o benefício.
Preço Avaliado: R$ 35,00
Bodegas Arrocal

quinta-feira, 10 de maio de 2012

128. Luis Felipe Edwards Gran Reserva Cabernet Sauvignon 2010

Fundada em 1976, a Viña Luis Felipe Edwards é, inegavelmente, uma das vinícolas mais progressistas do Chile e está interessada em investir em novas vinhas, tecnologia mais recente e em seu povo. Está situada no Valle do Colchagua, local em forma de ferradura, isolada da Cordilheira do Andes pelo pequeno cume San Fernando.
Luis Felipe Edwards é uma operação de família: duas gerações estão ativamente envolvidas em manter a marca, sinônimo de qualidade, e os valores da família tradicional.
FICHA TÉCNICA
Nome: Luis Felipe Edwards Gran Reserva
Vinícola: Luis Felipe Edwards,  Vale de Colchágua.
País: Chile
Safra: 2010
Castas: Cabernet Sauvignon
Graduação: 14%
Preço: Comprado a R$ 34,90(Extra).
Onde Encontrar: Extra e Pão de Acúcar. OBS: Caso seja encontrado em um outro estabelecimento e queiram divulgar, peço que entrem em contato.
COMENTÁRIOS
Rolha de cortiça tradicional, bem elaborada, gravado o nome da vinícola e sua logomarca. Cor vermelho rubi forte, com bom halo violáceo. Gotas densas, aderentes, que dão um bom colorido à taça. Aroma de frutas vermelhas, framboesa, com notas de tabaco. Taninos desenvolvidos, maduros, com bom equilíbrio entre acidez e álcool. Sabor de frutas maduras, com toque amadeirado. Retrogosto prolongado, com bom final.
Minha Pontuação: 89 pontos
Custo/Benefício: Muito bom vinho. Ótimo custo/benefício. Vale muito a oportunidade de saborear.
Preço Avaliado: R$ 35,00
Viña Luis Felipe Edwards
Viña Luis Felipe Edwards

sexta-feira, 4 de maio de 2012

127. William Fevre Gran Cuvee Cabernet Sauvignon 2007

A família Pino e seu sócio William Fevre, pioneiros na busca de terrenos adequados aos vinhedos, vem seguindo uma orientação da qual não fazem alarde há cerca 20 anos, quando começaram a plantar em San Juan, na montanha, a quase mil metros de altitude. Todos pensaram que esses dois estavam loucos, porém, atualmente, os vinhos de uvas da montanha estão conquistando a alma e o gosto dos críticos de todo o mundo.
“Nossos vinhos são produzidos naturalmente, como se a uva os orientasse. Respeitamos as condições de cada área isolada do terreno, de cada vindima e de cada lote em particular. Em resumo, os vinhos são definidos na vindima, dependendo do ano de cada safra”.
FICHA TÉCNICA
Nome: William Fevre Gran Cuvee
Vinícola: Viña William Fèvre, subregião de Pirque, Valle del Maipo.
País: Chile
Safra: Cabernet Sauvignon 2007
Castas: 2007
Graduação: 13,9%
Preço: Comprado a R$ 39,00.
Onde Encontrar: Perini(BA)(R$ 39,00), Adega Zona Sul(Net)(R$ 39,98). OBS: Caso seja encontrado em um outro estabelecimento e queiram divulgar, peço que entrem em contato.
COMENTÁRIOS
Rolha de cortiça tradicional, bem elaborada, gravado o nome da vinícola e usa logomarca. Cor vermelho rubi forte, com bom halo violáceo. Gotas finas, aderentes, que dão um bom colorido à taça. Aroma de frutas negras, tipo ameixa, com notas de madeira. Taninos desenvolvidos, maduros. Boa acidez. O álcool incomoda no seu início. Sabor de frutas maduras, com toque amadeirado, pouco intenso. Retrogosto prolongado, com bom final.
Minha Pontuação:  84 pontos
Custo/Benefício: Bom vinho. O sabor de madeira incomoda um pouco. Não é uma boa relação custo/benefício. Não vale o preço.
Preço Avaliado: R$ 28,00
Viña William Fèvre
Viña William Fèvre

terça-feira, 1 de maio de 2012

Produtores globais de vinho se unem para questionar protecionismo do Brasil

GENEBRA - Os maiores exportadores de vinho do mundo levam queixas às reuniões da Organização Mundial do Comércio (OMC) contra o Brasil, que anunciou recentemente estudar a imposição de salvaguardas contra o vinho importado. Produtores nacionais já indicaram que esperam que a medida seja válida por três anos.

Uma coalizão de países que inclui Chile, Estados Unidos, Austrália, Nova Zelândia e África do Sul, além de países europeus, cobrou respostas por parte do Brasil ontem, em Genebra, apelando para que as investigações realizadas no País estejam em conformidade com as leis internacionais e exigindo explicações sobre o motivo da medida protecionista.

Não se trata ainda de uma disputa nos tribunais da OMC, e não haverá, por enquanto, um processo judicial. Mas a decisão dessa série de governos de levar o assunto a um encontro na entidade serviu de recado ao governo brasileiro de que esses países vão defender seus interesses, inclusive nos fóruns internacionais.

Essa é a primeira vez, porém, que as críticas vêm tanto de países ricos quanto de outros emergentes. O Brasil anunciou a abertura de uma investigação para estabelecer salvaguardas contra vinhos de qualquer origem, exceto dos países do Mercosul (Argentina, Uruguai e Paraguai).

Produtores nacionais não escondem que a meta da barreira é a de permitir que o setor nacional possa ganhar competitividade e a esperança é a de que sejam estabelecidas cotas. O que se quer evitar é que o crescente mercado consumidor de vinho nacional acabe dominado por marcas estrangeiras. Dados oficiais indicam que, em 2010, o Brasil importou 75,3 milhões de litros de vinho. Desse total, 26,5 milhões de litros vieram do Chile, ante 18 milhões da Argentina, 13 milhões da Itália e 8 milhões de Portugal.

Briga. Na sexta-feira, 27, não por acaso, os chilenos foram os maiores queixosos. Segundo a delegação de Santiago, suas exportações seriam as mais afetadas, lembrando que seus principais concorrentes - Argentina e Uruguai - ficarão isentos da barreira por serem parte do Mercosul.

A Europa também questionou o Brasil. Segundo a missão europeia, Bruxelas tem pelo menos quatro preocupações. A primeira é o fato de que apenas um tipo de vinho está sob investigação, e cobra explicações sobre o motivo pelo qual esse segmento foi escolhido. Bruxelas ainda alerta que não houve um aumento drástico na exportação de vinhos para o Brasil nos últimos dois anos, insinuando que não haveria motivo para a salvaguarda.

A UE ainda alertou que a presença do vinho estrangeiro no mercado nacional, mesmo que represente 80% do consumo, teria pouco impacto na produção nacional e não haveria sinais de prejuízos aos fabricantes brasileiros. Segundo os europeus, os produtores nacionais estão "desfrutando de altas vendas e lucros".

A Europa ainda criticou o fato de a Argentina ter ficado isenta da barreira, apesar de ser um dos principais exportadores de vinhos ao Brasil.

A União Europeia já havia manifestado ao Brasil preocupação em relação à atitude. O comissário de Agricultura europeu, Dacian Ciolos, enviou uma carta às autoridades brasileiras no dia 15 de março, justamente alertando que a barreira não seria justificável. Na Europa, produtores vêm enfrentando uma concorrência cada vez mais acirrada do vinho do "Novo Mundo", e o fechamento do mercado brasileiro seria mais um golpe.

Ontem, na OMC, o governo americano também alertou ao Brasil que está "monitorando o caso" e diz "compartilhar as preocupações" de outros exportadores.

O governo brasileiro, como vem adotando em outras disputas, afirmou que está convidando as delegações de Austrália, Chile, África do Sul e Estados Unidos a participar de consultas bilaterais e investigações em curso no Brasil.
Fonte: Escrito por Jamil Chade, correspondente de O Estado de S.Paulo.